»Personal Page«

Abandonar o barco quando o leme finalmente encontrou as coordenadas?...
Abandonar o leme depois de ter sobrevivido à tempestade?
É no mínimo muito difícil, mas sei que o devo fazer... ainda não estou preparada para procurar a minha bússola e saltar na jangada que sempre foi a minha vida, com leme... sem leme..., sempre o foi, sempre será a jangada... aquela plataforma que encontra o rumo mediante o vento, a maré...

Sinto-me num atropelamento; não de ideias mas de sentimentos... sei que é hora de deixar, içar a minha vela e esperar que o vento me leve dali... Não o consigo fazer, não o consigo ajudar, não me consigo ajudar – por mim entregava-me a este leme, a estas coordenadas e ficava... observando alguém que no mesmo leme se afasta.

Foi de uma beleza indiscritível o que acabo de presenciar, de um carinho e dedicação que acho nunca conseguir atingir.
É assim, é difícil pensar que algum dia terei momentos de descontracção como vi... senti-me a mais mesmo estando sozinha. Mas preciso sublinhar que foi verdadeiramente bom esta partilha comigo, houve um momento de constrangimento, nesta situação tudo o que somos...somos o que lhe é oposto, que se define dentro dos limites dele (do constrangimento), mas que as acções nunca lá entraram.
Acredito que ainda revivo os momentos que presenciei, algo que o tempo não terá segundos para os contar.
Foi o dia em algo tao virtual como um endereço me comoveu, me fez descer, me fez subir, me fez ter momentos que refletindo agora...eram mais reais que a minha realidade...
Como me fez pensar se a minha realidade é ainda mais frágil que uma vela a que retiraram o pêndulo, a unica coisa para que foi criada, pelo menos para mim...


Hoje o "atropelamento de ideias" fez um mês...hoje não escrevi, hoje quis apenas recordar o que por 2002 se escrevia.

Recordo-me deste dia, recordo-me de me ter sentido pequenina dentro da alegria de partilhar este momento; mesmo sabendo que eu estava na página seguinte à que o marcador do livro marcava.