Já me revi em livros, em peças de teatro, no cinema, até mesmo a assistir o grande prémio do Porto. Já me revi nos blogs e em situações de outras pessoas...e não!, não me reconheço como um camaleão.
Não falo especificamente daquele acidente ou daquele "aqua-planning", ou daquele peão em que ficamos com os semáforos fotografados no retrovisor...com certeza já todos passamos por situações em que nos tentaram virar ao contrário, e a embalagem resistiu.
Não falo do que construimos, sem dúvida que existe por aí muita criatividade...muita coisa que nos continua a surpreender. Não falo da procura de um pedaço de lógica de algoritmia; não!; nesse campo, quem é da área procura na net...afinal não dizem que está tudo lá?", e na maioria das vezes está mesmo...se não está a solução está o problema! (tolero admitir uma margem pequena que é capaz de não estar, mas sublinho a dúvida).
Afinal todos sabemos o que é a amizade, e todos a sentimos e dá-mos de maneira diferente...afinal já todos amamos, e amamos de maneira diferente ...mas afinal o que está implicito não é igual?, a paz ou o frenesim não são sempre ingredientes que procuramos sentir?...Não é verdade que esses e outros sentimentos evoluem quando os voltamos a sentir?
Ou será mesmo que a ideia que temos;
que nós sentimos maior,
que temos uma rebeldia maior,
que partilhamos mais,
que somos mais companheiros;
não obedece apenas à definicão que dá-mos ao normal?
"Tudo me acontece!", é dito por tanta gente ....Bem, se esse "tudo" acontece; não deve ser único... ou querem ver que essas pessoas me andaram a enganar até hoje? ou estão elas enganadas? Ou será mesmo só a nossa língua que tem estas expressões, e que sem qualquer censura as usamos?
Eu acredito e gosto de pensar que naquela velha casa, que agora está a ruir, já alguém sentiu o que sinto e se calhar até já o escreveu.
E afinal, quem já não sentiu gostar mais de si próprio por ter gostado tanto de um outro alguém?
De José de Almada Negreiros, um poema que sempre me agradou e agrada ler.

Quis-te tanto que gostei de mim!
Tu eras a que não serás sem mim!
Vivias de eu viver em ti
e mataste a vida que te dei
por não seres como eu te queria.
Eu vivia em ti o que em ti eu via.
E aquela que não será sem mim
tu viste-a como eu
e talvez para ti também
a única mulher que eu vi!
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