nas expectativas e/ou perspectivas

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Coração surdo

Tenho o coração surdo!
Pergunto-me, quantas vezes tenho que lhe dizer que deixei de amar, quantas vezes tenho que lhe dar sinais que os sentimentos do presente não se sustentam com memórias do passado...
Sussuro-lhe inumeras vezes! Acredita...acredita. (se os pensamentos pagassem multa, qualquer brigada de trânsito era feliz antes de escrever a minha matrícula no papelinho, é que o meu coração é ainda mais surdo quando conduzo)
Acredita penso eu !!! e ele incauto e prescutador em busca de mais uma ou outra situação. Brinda-me com palpitações que me arrepiam toda!
Qualquer dia eu e aquele cardiologista podiamos achar a solução, bastava apenas um miminho aqui e ali, um confortozinho para esquerda, um massajar, colocar um "pouquinho do mais confortavel", ajudá-lo a um batimento sereno e constante de prazer...
E eu e aquele neurologista, uh lá lá...também poderiamos fazer uns arranjinhos...só o suficiente para eu nunca esquecer quem sou, e continuar a conseguir reconhecer uma história. Nesta área já não iamos lá com massagens, aliás são desnecessárias!!!!...o cru e o transparente parece-me o mais recomendável...pedia-lhe apenas que esmaga-se aquela parte que continua a ocupar o meu tempo com pensamentos passados, desnecessários e que já nada podem acrescentar - a experiência e os sentimentos que proporcionaram já foram gozados e saboreados...já se conhece muito bem essa sensação ...não precisamos de os recordar e bater nas mesmas frases e lugares...quero apenas sentir o que isso me deixou de herança.

Desde o final da semana passada que tenho o mesmo sonho todos os dias, e que na prática não consigo entender, este pensamento está habituado a sensações que já não tem sustentabilidade nem prática, ou melhor estão sem sustentabilidade mas que ainda teimam querer ter prática..
(enfim! existe sempre as ovelhas negras negras do rebanho...e eu ainda por cima sempre lhes achei piada)

Tenho alguma vontade de saber como estás.
E sei e sinto que neste momento e ao fazê-lo traria algum fel nas palavras, alguma agressividade ia sempre ocorrer, por isso nao o devo fazer!
Até hoje nunca o fiz, mesmo que me sentisse muito magoada ou ferida...Mas eu mudei!!!.. é verdade!, e seria injusto procurar as tuas palavras e partir para o confronto com elas, não o devo fazer para não desrespeitar nem me desrespeitar. Faz-me falta a tua perspectiva, ou a perspectiva de alguém que eu conheci...já nem sei se és tu ou se eras tu, ou apenas o sonho que todos nós perspectivamos e que mais dia menos dia existe só como sempre e apenas perspectiva daquele lugar, (o tal lugar que o neurologista devia afagar com um bocadinho de mais força)...
Faz-me mais falta cultivar a minha paz, mesmo que eu saiba que tambem fazes parte dela, mesmo que reconheça que a paz que me trazias era sempre fugaz, e talvez por isso os meus sentimentos fossem também sempre feitos de muitos atropelamento sobre os meus "acreditares" e os meus "quereres" e o meu ser.
Somos tão distantes, temos e sempre tivemos perspectivas tão diferentes, as mesmas situações são normais para um e esmagam o outro.

Amar...amar sim...amar sempre...posso sempre amar as memórias do passado...essas sim sei que são minhas e que o foram verdade e sentidas por mim.

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